domingo, 23 de junho de 2013

Toda a Majestade de Istambul

Bizâncio e Constantinopla, a majestade de Istambul não se reflete apenas em seus antigos nomes, ela está presente em seu cotidiano, tanto nas ruínas e monumentos quanto numa cultura que, apesar de cosmopolita, conserva-se única e autêntica.
Istambul é uma cidade e dois continentes, Europa e Ásia. O encontro entre o misticismo e tradição orientais com a jovialidade do ocidente dão à cidade uma consistência simultaneamente alegre e profunda.
Bairros tradicionais como Sultanamet e Chemberlitash com suas casas de chá e narguilê, seus bazares e suas mesquitas a bairros como Taksim com suas lojas, restaurantes e uma noite efervescente.
Uma passagem curta por Istambul merece um planejamento minucioso e algum tempo livre que permita ao acaso conceder-lhe belas surpresas.
A tentação de querer cumprir todas as “obrigações turísticas” pode ser desgastante e apesar de, provavelmente, trazer a realização de que vimos todo o necessário, faltará o imprescindível, captar a grandiosa alma de Istambul.
Três vezes ao dia o cântico das mesquitas cobre a cidade com seu manto sobrenatural e se na terceira delas, ao pôr-do-sol, você puder estar à beira do estreito de Bósforo com sua água transformada em ouro pelos últimos raios de sol, você certamente acreditará em Deus. Da mesma forma, se à noite você circular a pé pelos bairros de Sultanamet ou Eminonu e ao passar pelas mesquitas, olhar para cima e ver as gaivotas voando em círculo sobre elas, transformadas em anjos pela luz dos holofotes refletida na brancura de suas penas.
Entretanto, a maioria da população é laica, como você logo perceberá. A maioria das mulheres não usam o véu muçulmano e os homens são bastante atirados.
O bairro de Sultanamet abrange estrategicamente grande número de atrações históricas que podem ser percorridas a pé.
A talvez mais famosa seja Hagia Sofia, a igreja transformada em mesquita. Apesar das críticas que o ocidente insiste em fazer ao Islã, suas origens foram respeitadas e portanto em seu interior ainda se pode encontrar preservadas imagens cristãs que retratam com clareza essa hibridez.
Ao lado dela está a entrada das Cisternas, com sua vasta galeria de espessas colunas de pedra, duas delas com cabeças de Medusa esculpidas. Aproveitando sua acústica perfeita, frequentemente há concertos gratuitos em seu interior. Vale a pena informar-se e conferi-los se possível. Mas não se atrase, do contrário você ficará de fora.
Próximos também estão o Grande Palácio e o Palácio de Topkapi com seus jardins e a Mesquita Azul com seu amplo pátio e as belas escrituras em árabe de seu interior.
O Grande Bazar chama a atenção pela sua própria arquitetura e seu intrincado labirinto de corredores mas também por seus cafés tradicionais e por suas lojas de narguilês, olhos turcos, roupas de odalisca e dança do ventre, luminárias, tabuleiros de gamão de madeira trabalhada, instrumentos musicais exóticos e artigos de países do Cáucaso.
Sobre a ponte de Gálata, que une os bairros de Eminonu e Galatasarai sobre o Chifre Dourado, dia e noite centenas de pescadores lançam suas linhas lado a lado em suas águas. Na parte de baixo, vários restaurantes vendem os mais exóticos frutos do mar.
Antes de atravessá-la entretanto, mais uma mesquita, a Yeni Cami ou simplesmente New Mosque (Nova Mesquita), merece uma visita. Ao lado dela, o mercado de especiarias (também conhecido como Mercado Egípcio), um delicioso passeio por sabores e aromas.
É também de Eminonu que partem os barcos que atravessam o Bósforo e levam ao lado asiático de Istambul ou seguem pelo estreito em direção ao Mar Negro.
Do outro lado da ponte, a torre de Gálata, com uma ampla vista de Istambul.
Apesar de ter recebido seu nome por sua importância no passado, o bairro de Taksim apresenta hoje um aspecto moderno e é um dos centros da vida noturna de Istambul. Sua rua principal está repleta de lojas, restaurantes, bares e boates e o movimento é intenso até a madrugada.
Grande parte do turismo em Istambul concentra-se em seu lado europeu e talvez seja justamente esse o charme do seu lado asiático, uma cultura mais local e provinciana e uma vida menos influenciada pelo turismo.
Os bairros históricos de Kadikoy e Uskudar formam os centros históricos dessa parte da cidade e já foram cidades independentes de Istambul.
Istambul possui ainda uma outra faceta, as Ilhas Príncipe, um pequeno arquipélago com várias mansões feitas sobretudo de madeira. As ilhas não têm carros e o transporte é feito por charretes puxadas a cavalo.

Apesar dos mais variados frutos do mar, na gastronomia o destaque vai mesmo é para os doces, com ingredientes como pistache, gergelim e mel. Como se não bastasse o doce fato de estar em Istambul.





Devish apresentando-se nas cisternas. Quando à shows, a entrada, que costuma ser paga, é gratuita.



Detalhes mostram o sincretismo de Hagia Sofia.


Impressionante como as linhas das varas de pesca mantém-se separadas umas das outras.





As águas do Bóforo salpicadas de gaivotas.

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