Bizâncio e
Constantinopla, a majestade de Istambul não se reflete apenas em seus antigos
nomes, ela está presente em seu cotidiano, tanto nas ruínas e monumentos quanto
numa cultura que, apesar de cosmopolita, conserva-se única e autêntica.
Istambul é uma cidade
e dois continentes, Europa e Ásia. O encontro entre o misticismo e tradição
orientais com a jovialidade do ocidente dão à cidade uma consistência
simultaneamente alegre e profunda.
Bairros tradicionais
como Sultanamet e Chemberlitash com suas casas de chá e narguilê, seus bazares
e suas mesquitas a bairros como Taksim com suas lojas, restaurantes e uma noite
efervescente.
Uma passagem curta por
Istambul merece um planejamento minucioso e algum tempo livre que permita ao
acaso conceder-lhe belas surpresas.
A tentação de querer
cumprir todas as “obrigações turísticas” pode ser desgastante e apesar de,
provavelmente, trazer a realização de que vimos todo o necessário, faltará o
imprescindível, captar a grandiosa alma de Istambul.
Três vezes ao dia o cântico
das mesquitas cobre a cidade com seu manto sobrenatural e se na terceira delas,
ao pôr-do-sol, você puder estar à beira do estreito de Bósforo com sua água
transformada em ouro pelos últimos raios de sol, você certamente acreditará em
Deus. Da mesma forma, se à noite você circular a pé pelos bairros de Sultanamet
ou Eminonu e ao passar pelas mesquitas, olhar para cima e ver as gaivotas
voando em círculo sobre elas, transformadas em anjos pela luz dos holofotes
refletida na brancura de suas penas.
Entretanto, a maioria
da população é laica, como você logo perceberá. A maioria das mulheres não usam
o véu muçulmano e os homens são bastante atirados.
O bairro de Sultanamet
abrange estrategicamente grande número de atrações históricas que podem ser
percorridas a pé.
A talvez mais famosa seja
Hagia Sofia, a igreja transformada em mesquita. Apesar das críticas que o
ocidente insiste em fazer ao Islã, suas origens foram respeitadas e portanto em
seu interior ainda se pode encontrar preservadas imagens cristãs que retratam
com clareza essa hibridez.
Ao lado dela está a
entrada das Cisternas, com sua vasta galeria de espessas colunas de pedra, duas
delas com cabeças de Medusa esculpidas. Aproveitando sua acústica perfeita,
frequentemente há concertos gratuitos em seu interior. Vale a pena informar-se
e conferi-los se possível. Mas não se atrase, do contrário você ficará de fora.
Próximos também estão
o Grande Palácio e o Palácio de Topkapi com seus jardins e a Mesquita Azul com
seu amplo pátio e as belas escrituras em árabe de seu interior.
O Grande Bazar chama a
atenção pela sua própria arquitetura e seu intrincado labirinto de corredores
mas também por seus cafés tradicionais e por suas lojas de narguilês, olhos
turcos, roupas de odalisca e dança do ventre, luminárias, tabuleiros de gamão
de madeira trabalhada, instrumentos musicais exóticos e artigos de países do
Cáucaso.
Sobre a ponte de
Gálata, que une os bairros de Eminonu e Galatasarai sobre o Chifre Dourado, dia
e noite centenas de pescadores lançam suas linhas lado a lado em suas águas. Na
parte de baixo, vários restaurantes vendem os mais exóticos frutos do mar.
Antes de atravessá-la
entretanto, mais uma mesquita, a Yeni Cami ou simplesmente New Mosque (Nova
Mesquita), merece uma visita. Ao lado dela, o mercado de especiarias (também
conhecido como Mercado Egípcio), um delicioso passeio por sabores e aromas.
É também de Eminonu
que partem os barcos que atravessam o Bósforo e levam ao lado asiático de
Istambul ou seguem pelo estreito em direção ao Mar Negro.
Do outro lado da
ponte, a torre de Gálata, com uma ampla vista de Istambul.
Apesar de ter recebido
seu nome por sua importância no passado, o bairro de Taksim apresenta hoje um
aspecto moderno e é um dos centros da vida noturna de Istambul. Sua rua
principal está repleta de lojas, restaurantes, bares e boates e o movimento é
intenso até a madrugada.
Grande parte do
turismo em Istambul concentra-se em seu lado europeu e talvez seja justamente
esse o charme do seu lado asiático, uma cultura mais local e provinciana e uma
vida menos influenciada pelo turismo.
Os bairros históricos
de Kadikoy e Uskudar formam os centros históricos dessa parte da cidade e já
foram cidades independentes de Istambul.
Istambul possui ainda uma
outra faceta, as Ilhas Príncipe, um pequeno arquipélago com várias mansões
feitas sobretudo de madeira. As ilhas não têm carros e o transporte é feito por
charretes puxadas a cavalo.
Apesar dos mais
variados frutos do mar, na gastronomia o destaque vai mesmo é para os doces,
com ingredientes como pistache, gergelim e mel. Como se não bastasse o doce
fato de estar em Istambul.
Devish apresentando-se nas cisternas. Quando à shows, a entrada, que costuma ser paga, é gratuita.
Detalhes mostram o sincretismo de Hagia Sofia.
Impressionante como as linhas das varas de pesca mantém-se separadas umas das outras.
As águas do Bóforo salpicadas de gaivotas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário