O choque
entre Paquistão e Pequim foi enorme. Aliás, o choque cultural que uma fronteira
pode causar é impressionante, principalmente se a imaginarmos como uma linha,
muitas vezes, apenas imaginária. Não foi diferente entre Irã e Paquistão, quando atravessei a pé os portões escancarados, procurando entre aquelas casas
paupérrimas espalhadas de forma completamente aleatória quem estamparia meu
passaporte. Havia deixado a ordem neurótica para mergulhar no caos generalizado.
Entretanto, Paquistão e China tinham uma diferença menos evidente mas mais
aterradora. Não a notei com clareza em Xigiang, a província que faz fronteira
com o Paquistão. Ali não havia muito de China, considerando que o povo
muçulmano pertence a uma raça de traços e tradições distintos, chamada uigur. A
verdadeira China manisfetou-se em Pequim para onde voei ao sair de Kashgar.
Dessa vez a hospitalidade comovente paquistanesa dava lugar à frieza de um país
onde há pessoas em demasia. Assim como um produto extremamente banal, a vida
perdeu seu valor.
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