Outro dia me alegrei ao constatar a felicidade de um amigo
ausente, por uma foto que ele postou. Apesar de não ter remediado a saudade,
seu sorriso aproximou-o de mim novamente. Me lembrei então desse texto que
escrevi quando estava viajando:
Sou senão uma ausência herdeira da
recordação, um fantasma. Se lembram de
mim, são traços vagos sem que se perceba detalhes como o comprimento dos
cabelos ou a cor dos olhos, que sabe-se, são verdes mas sem que se possa
mirá-los. O sentido agora que mais se preserva é o cheiro como é geralmente a
lembrança de nossos avós. Tento precariamente conservar-me concreto com meus
textos e fotos. Entretanto, há a certeza de que o vago espectro invisível atrás
das lentes - seja naquele bazar, naquela praça ou naquelas montanhas - está
feliz. Isso talvez nos leve a aproximarmo-nos mais do que se nos pudéssemos
tocar. Afinal fantasmas não sorriem.
Me identifiquei totalmente com seu texto, acredito que seja exatamente isso que todas as pessoas sentem. Belas palavras!
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