quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Kashgar, Xinjiang - China

Cheguei à China por terra atravessando um platô de mais de 4 mil metros de altitude chamado Khunjerab Pass. Essa fronteira abre-se apenas nos "meses quentes", mais ou menos entre maio e setembro.
A cidade fronteiriça do lado paquistanês chama-se Sost e ouso dizer, não apresenta nenhum atrativo especial. O caminho até lá, pelo contrário, merece ser feito inúmeras vezes.
Subindo Karakoram Highway tendo exatamente à minha frente a cordilheira de mesmo nome, uma das mais altas do mundo, assistia à suas montanhas multicoloridas, sentado confortavelmente no teto da van acomodando-me entre as malas como se fossem um sofá.
Passei a noite em Sost, ainda atordoado por um "space cake" que amigos prepararam especialmente para minha despedida. Na manhã seguinte cedo partimos para a China por uma estrada igualmente fascinante.
A província de Xinjiang parece exercer a função prática de transição entre Paquistão e China com sua população ainda predominantemente muçulmana pertencente a uma raça chamada uigur.
A já evidente diferença com os chineses é exacerbada pela manifesta vontade do povo de terem o seu reconhecimento étnico.
Essa miscigenação cultural fascinante me dava uma sensação de déjà vu. De certa forma esse sentimento de estar num divisor de águas me lembrava Istambul. Infelizmente tive que precipitar minha saída de Xinjiang sem conhecê-la como gostaria.
O choque entre essas duas culturas, uigur e chinesa, culminou em protestos cerca de um mês antes de minha chegada. O resultado foi o corte nas comunicações internacionais. Internet e telefonemas internacionais ainda estavam proibidos quando cheguei a Xinjiang e ninguém arriscava dizer quando voltariam ao normal.
O momento me recomendava manter contato estreito com o Brasil e então deixei a província voando de Kashgar a Pequim cruzando praticamente toda a China na contra-mão do sol.

A Cordilheira de Karakoram.



Os traços já mesclando ocidente e oriente.






No bazar é possível encontrar toda espécie de comidas exóticas prometendo a cura de uma infinidade de problemas.


Minha foto preferida.

A autora da foto.

As maquininhas de sorvete presentes desde o norte do Paquistão.

A decoração das mesquitas sempre mudando de acordo com as regiões e as culturas.

A cidade antiga.

Os detalhes das portas da cidade antiga.

A estátua do Mao para que ninguém se esqueça quem é que manda.

3 comentários:

  1. Waw Bruno! Que viagem interessante... A china realmente deve ser fascinante com todas as suas peculiaridades. Coisas tão distantes de nós, que só temos uma ínfima noção quando vemos pela TV alguma notícia... ou pela tela de cinema algum filme... Adorei a sua foto preferida! Bjs

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  2. Brunão bacana encontrar seu blog, com tantos registros de suas experiências, fotos lindíssimas e estórias que nos prendem de fato. Estive com Aurélio e nos lembramos de vc. Fica o beijo da amiga das antigas. (deia)

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